Encontro-me no meio de um deserto,
Perdida, sozinha e de alma vazia…
Penso no meu futuro e nos meus sonhos
Que poderão estar completamente arruinados
Por causa desta viagem
Planeada para ser inesquecível…
Sinto-me incapaz de continuar.
Angustiada no meio desta situação…
Não sei como sair daqui,
Deste desafio desastroso que me deixou desamparada.
Resta-me apenas acreditar…
Acreditar que vou voltar…
Penetro então o mais profundo da minha alma
E recordo o passado como uma utopia.
Tenho medo que ninguém me possa salvar,
Medo de morrer aqui sozinha…
O Planeta é enorme e dinâmico
E eu tinha de acabar aqui
Lamentando o meu passado…
(10 dias depois)
Voltei a encontrar o meu diário
E vou completar a minha história…
Fui salva por um homem
Que passou de dromedário.
Levou-me até à sua tenda
E ofereceu-me chá de menta…
Levou-me até à civilização…
Ficará para sempre no meu coração
Pois este homem foi a minha salvação…
Aprendi com ele a valorizar a minha vida
E a nunca mais me desprender totalmente do passado…
Ângela Gonçalves
quarta-feira, 17 de abril de 2013
sábado, 6 de abril de 2013
Sentimento Precoce
As lágrimas secam,
O sorriso volta,
A mágoa solta-se,
O sono recupera-se,
Mas o amor permanece…
A estupidez ultrapassa limites,
O sonho deixa de comandar a vida.
Tudo se desmorona
E a alma é perdida…
No meio disto tudo
Resta o sentimento de glória
Por nunca desistir.
Há muita vida pela frente…
Não será um sentimento precoce
Que comandará a minha vida…
Ângela Gonçalves
quinta-feira, 4 de abril de 2013
A Última Etapa
A primavera está a chegar,
Já oiço os pássaros a chilrear
E sinto-me cada vez mais perto,
De ancorar…
Encontro-me ainda nesta floresta,
Escura e sombria…
Uma floresta densa
E sem aparente saída.
O sol já espreita lá no céu.
O meu coração aquece e volta à vida!
Vejo uma luz ao fundo desta floresta;
Será a minha salvação?
Ou será o fim da minha motivação?
Talvez seja talvez não…
Hei-de tentar com o resto das minhas forças
Encontrar o caminho (uma solução)
Para esse futuro tão incerto.
Talvez não seja hoje nem amanhã.
O que interessa é tentar e um dia…
Talvez um dia consiga vencer!
Inspiração não há-de faltar!
Ângela Gonçalves
terça-feira, 2 de abril de 2013
Para o Leonardo
Antigamente em Portugal,
Quando os escravos eram negros
E os mapas cor-de-rosa,
Haviam cabeças esmagadas por toda a parte…
No ergastulo ora gemiam de fome
Ora gemiam por voltas nas tripas…
Viam o sol ao de leve
E tinham a dor vincada no coração.
Hoje olho para a pessiché
E vejo o retrato da minha alma
Naquele livro ali pousado…
O Leonardo à noite,
Fala-me de crise e não se apercebe
Que em tempos não era só ele
Que desfazia carne em pedaços…
Tribos eram despedaçadas
E não haviam talhantes...
Quando os escravos eram negros
E os mapas cor-de-rosa,
Haviam cabeças esmagadas por toda a parte…
No ergastulo ora gemiam de fome
Ora gemiam por voltas nas tripas…
Viam o sol ao de leve
E tinham a dor vincada no coração.
Hoje olho para a pessiché
E vejo o retrato da minha alma
Naquele livro ali pousado…
O Leonardo à noite,
Fala-me de crise e não se apercebe
Que em tempos não era só ele
Que desfazia carne em pedaços…
Tribos eram despedaçadas
E não haviam talhantes...
Ângela Gonçalves
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