terça-feira, 2 de abril de 2013

Para o Leonardo

Antigamente em Portugal,
Quando os escravos eram negros
E os mapas cor-de-rosa,
Haviam cabeças esmagadas por toda a parte…

No ergastulo ora gemiam de fome
Ora gemiam por voltas nas tripas…
Viam o sol ao de leve
E tinham a dor vincada no coração.

Hoje olho para a pessiché
E vejo o retrato da minha alma
Naquele livro ali pousado…

O Leonardo à noite,
Fala-me de crise e não se apercebe 
Que em tempos não era só ele 
Que desfazia carne em pedaços…
Tribos eram despedaçadas
E não haviam talhantes...


Ângela Gonçalves

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