segunda-feira, 29 de julho de 2013

Férias


Estou de férias,
Mas não deixei de viver, 
Nem deixei de sonhar.
Não é aqui que a poesia acaba.

Nas férias a poesia renasce!
Torna-se o caminho mais belo
Traz ao mundo uma humanidade revigorada…

Solta a minha alma
com a caneta presa ao papel…

Poesia é isto mesmo!
É estar de férias
E viver continuamente!

Poesia é ser,
Poesia é viver!

Ângela Gonçalves

terça-feira, 16 de julho de 2013

O Vizinho

Tão bela e florida
A quinta nova do vizinho.
Tão fresca e relaxante
A piscina do vizinho.
Tão novo e confortável
O carro do vizinho.

Tão desagradável e cruel
É a nossa vidinha sem quinta,
Sem piscina e sem carro novo
E ainda pagar todos os luxos do vizinho...

Tão bom seria trabalhar
Se todo o esforço fosse recompensado,
Em vez de cair todo no vizinho
Que apenas declara o salário mínimo...

Ângela Gonçalves

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Pringles

Pringles, minhas amadas,
Acompanharam-me na infância
E agora deixaram-me perdida,
No meio de tudo e no meio do nada...

Podem dar-me cancro,
A longo prazo,
Mas já me deram as badanas
De que eu tanto gostava, apagadas...

Partem-me assim o coração
E vão-se embora...
Afinal nunca foram batatas!

Deram-me uma lata de Pringles,
Quando era pequenina...
Agora sou viciada e estou perdida...

Ângela Gonçalves

Desespero De Uma Esfomeada

Eu sofria de um problema…
E era obrigada a comer
De hora em hora!

Trabalhava numa empresa
De restauração de fast food.

Até que num dia, aparentemente maravilhoso,
Recebi esta carta:

“Informo V. Exa. que,
Devido a problemas
Na gestão dos gelados…
A empregada foi vista
A comer gelado diretamente
Da torneira!

Em vez de estar a fritar
As nossas batatas fritas,
Estava perdida no meio do
Gelado que nos roubava…

Sou então, através desta empresa,
Obrigado a suspender os seus serviços…”

Foi então que descobri
Que não podia mais trabalhar
Em qualquer zona de restauração…

E aprendi a levar sempre comigo
A minha lancheira, preparada para qualquer crise…

Ângela Gonçalves.