Seguíamos juntos a um riacho,
E, enquanto o meu olhar a seguia…
Nada mais o meu coração preenchia,
Senão a pura água que escorria…
Sobre si uma parreira tinha belo cacho,
E doce era o seu aroma, o seu sabor
Que repetia vezes até ao coma,
A vida e a frescura do seu sabor…
E eu, apenas observava a paisagem,
Sempre focado no seu olhar…
Até que, um pormenor da Natureza,
Me deu vontade de estagnar…
Era essa pura e cintilante beleza,
A chama do nosso caminhar
Onde residia luz para a vida
E a fé por nossos passos acolhida.
Aquela pedra ali, cheia de vida,
Mas inútil aos olhos de todos
Fez-me despertar do coma,
Trouxe-me até ao mundo dos sonhos!
Eram mares de sonhos
Aqueles que a nós nos rodeavam
E o sangue fervilhavam,
Matando aqueles rumos tristonhos...
Pedras que estão no meu caminho,
Erguem o meu íntimo,
Elevam o todo e qualquer ser
E um obstáculo não é ilegítimo,
Mas certamente que nunca virá sozinho…
Certa era a hora,
Que tornava tal sonho incerto,
Mas ele rondara por perto
E a nossa paz se fez, por este riacho fora.
Ângela Gonçalves & Francisco Leonardo
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