sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Jogo de Luas

Eu quero apanhar luas 
Já que este Sol me deixa só...
Vamos viver eternamente enamorados
Na serenidade deste dia e debaixo deste luar...

Vem comigo, nada nos pode parar!

Tenho este desejo sem sabor de que nada irá mudar,
O pressentimento de que nada acabará em dor,
Nada haverá para além do amor...

Vem comigo, neste jogo sem fim,

Onde somos solitários jogadores,
Vem, senta-te ao pé de mim!

Quero-te comigo num jogo de sabores

Na tua cama com lençóis de cetim...
Vamos ser desta história os enunciadores...

Ângela Gonçalves

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

O Desejo de Mudança

Quero escrever algo diferente.
Ver o que o futuro me traz, 
Se der um passo em frente…
E sem que eu olhe para trás, 
Mesmo que seja isso que tenho em mente,
Quero mudar, 
Acrescentando algo mais ao meu Presente...

Apenas quero escrever algo diferente!
É uma sensação que me faz querer voar,
Mas sem tirar os meus pés da terra...

O que a alma me faz gritar, a caneta tenta decifrar
O choro nas minhas palavras e os gemidos nas entrelinhas...
Os calafrios pelo meu corpo são contagiantes,
Os sopros da tua líbido exorbitantes...

Quero experimentar algo que apenas conhecia no sonho,
Quero ser diferente!
Mostrar algo mais que a minha e a tua gente,
Mostrar que consigo não ser medonho…
Elevar todo o meu sentimento e empenho,
Elevar a alma e o perverso
Para escrever um novo verso…

Verso escaldante, esfrias nas minhas mãos!
Tu que rasgas o peito e aconchegas corações,
Vem até mim numa brisa leve de verão!
E quando no fim me encobrires,
Na neve branca do Inverno, 
Afasta esta louca solidão!

Faz de mim um ser diferente!
Faz-me crescer!
Ensina-me uma filosofia de vida,
Que seja capaz de curar qualquer ferida…


Ângela Gonçalves & Dave Costa

sábado, 14 de dezembro de 2013

Repugnância

Gatos!
Estas pestes que se limpam sem auxílio
De nada nem ninguém…
Dormem de manhã à noite como 
Se não houvesse mais nada
Para além de hoje.
Como se o amanhã não existisse
E como se eu fosse sua criada…

Quero deixá-los no caminho para a extinção,
Percorrendo as ruas do inferno
Para lá chegar…

Simplesmente não gosto!
Tenho direito…

E fico por aqui.
Prefiro os Pandas.
Xau!

Ângela Gonçalves

Poema Impossível Da Definição Do Meu "Eu"

Indefinido.

Ângela Gonçalves

Poema Sem Divisão Estrófica



A vida é cheia de muros e paredes,
Prédios altos e ruas sem fim…
Barcos sem rodas,
Carros sem velas…
O mar dos contentamentos
E a janela dos tormentos,
Tudo parece uma barreira
Que impede a felicidade…
(Distância horrenda,
Destino cruel,
Deixa o meu Mundo!
Deixa-me ser-Lhe fiel…)
Olho para trás e vejo o horizonte.
Destruo todos os obstáculos,
Contemplo-Te…
Não há divisão entre dois mundos…
Há um todo, todo junto,
Que iremos construir.
“Ponte da felicidade, cresce em nós!”

Ângela Gonçalves

Opeth - Harvest

No meio de tal melodia
Sinto a morte a cada passo em falso…
Começa, sinto amor mas também abulia,
Dou por mim a pensar na partida…

Transmite calma,
Ao mesmo tempo,
Faz-me feliz!
Mensagem cheia de significado
Que me torna uma pequena aprendiz.

(Não é fácil fazer-se um poema
A partir de um outro.)

Só sei sentir!
A melodia completa a minha alma…
Só sei ouvir!
E o significado retira-me toda a calma…

Ângela Gonçalves

a única forma de O descrever

Não são grunhidos,
Não é barulho!
Não! Não! Não!

Vocês não percebem a felicidade
Que me traz e a calma que atinjo…

Sinto alegria, estou relaxada
Liberto todas as mágoas
Solto o meu verdadeiro eu…

Consome-me todo o meu mal,
Revela o meu lado grotesco,
Mas faz-me feliz!

Não são grunhidos,
Não é barulho!
Não! Não! Não!

É o Metal, o Melhor sentimento que há no Mundo!

Ângela Gonçalves

Fingimento Real

Finjo nas minhas lágrimas
Um ideal incapaz do meu alcance…
Um futuro que vejo de relance,
Um espanto para as minhas mágoas…

O gemer do vento que sopra de leste,
Enquanto saboreio as tuas palavras carinhosas,
É como se estivesse a flutuar no paraíso…

Perco-me na visão do futuro,
Na minha alma tudo está escuro.
Procuro por mim pela estrada fora
E tudo o que encontro são apenas fragmentos da minha memória…

A réstia visão de que o mundo era bom,
O sentimento de felicidade,
Inundava o meu ser de ilusões…

Dou por mim caída,
Gemendo de dor,
Sufocando sofrimento,
Desejando a despedida…

Não posso querer cair,
Não tenho como fugir,
Não consigo corrigir
Nenhum dos meus erros
E alcançar os objetivos
Que outrora me faziam feliz…

Finjo a minha dor para poder saber o que é o amor,
Finjo a minha prisão para apreciar a liberdade,
Finjo o feio para gostar do belo
Finjo a luta para desejar a paz…

Finjo ser de outro mundo para me sentir em casa…

Finjo como se não houvesse amanha…

Sou feliz como se o ontem nunca existisse
E vivo o presente como uma condição universal…

Desejo o futuro
como se fingisse
Que ele é o inatingível.

Morro jovem e sábia
De palavras tristes
E desgostos constantes…

Sequeosa demais para um mundo potável.

Irresponsável fugaz sentido sem nexo.

Corre em mim sangue puro…
Volto para o meu quarto escuro e
Fico fingindo o meu futuro…

Ângela Gonçalves

Resumo do Poema Tabacaria de Álvaro de Campos

Não faço sentido, nem nada à minha 
Volta tem sentido.
Angustiado com esta vida,
Oscilo como o pêndulo de um relógio, entre
O meu mundo e o Universo.

Faço de mim aquilo que posso
Obtenho do mundo algo não justo…
Desisto como se fosse um fraco

(Estou a explodir,
Olho à janela
Sento-me e concentro-me de novo…)

No cimo, onde estou,
Vejo e contemplo aquilo que passa
Sou ausente daquilo que dou
Por não puder ser aquilo que sou

Não nasci para ser rei;
Esperei que houvesse algo para lá
Da realidade que sei.
Não creio neste Eu,
Não sei o que me espera.
O mundo é opaco, o mundo é alheio,
É ele próprio, uma esfera,
Uma incógnita.

Invejo a criança como a felicidade que não tenho,
O niilismo que tenho em mim
Arrebata-me e confronta-me constantemente…
Não como chocolates feliz…
Não encontro nas palavras o sabor da conquista…

Carolina Leote Godinho
Marta Pereira
Ângela Gonçalves

Espontaneidade

Senta-te comigo no escuro
E contempla a minha alma.
Serve-te do passado
Para alimentar o futuro…

Deita-te ao meu lado,
Vem ver as estrelas!
Agarra-te a mim,
Vamos ser apenas nós…

Adormece comigo nesta realidade sonhada,
Faz de mim uma estúpida apaixonada,
Talvez um dia possamos concretizá-la…

Um dia ou uma noite daquelas sem fim
Talvez nos possamos amar como eternos enamorados
E talvez aconteça o que menos espero de mim…

Ângela Gonçalves