domingo, 30 de março de 2014

O Inesperado

Hoje sinto-me alegremente negra,
Perdida na música
E apaixonada pela vida…

Será que ela me consegue ver?
Serei mais um somente a contemplar
O seu brilho no olhar
Parece não estar mais aqui, tal como eu, estou a desaparecer!

Todos pensam que sou uma jovem perdida,
A minha alma jamais me deixa vencer.
Estou presa, mas explosiva 
Quero sair! Não posso perder!

Ao fechar os olhos é como se a conseguisse decifrar,
Aquele punho cerrado perpetuado no Destino procurado
Rompe a brisa do vento, esse véu tão fino que cobre o Mundo,
Sinto a sua vida, balançando agressivamente pelo ar…

Concentro-me na minha música,
Ela envolve-me!
(E)levo a voz ao Olimpo,
Mas dou conta de um olhar
Que na realidade me encolhe.

Consegui ver os meus olhos nos seus, 
Quero falar, contar-lhe alguns segredos meus.
Nunca imaginei algo assim, estou assustado...
Tantas perguntas à procura de respostas... Estou petrificado!

Baixei a cabeça, corei…
Nunca tinha experimentado tal sensação.
Foi como se nunca tivesse sentido meu coração.
Sinto que chorei…
Não posso perder-me na ilusão,
Mas quem olha assim não teme um adeus…

Queria ir ao seu encontro, mas as minhas pernas não faziam o que queria
Somos apenas eu e ela, mais ninguém
Devia ser a primeira vez que o sentia... 
Onde estou? De que mundo novo é que ela vem?

Não sei o que fazer ou o que sentir,
Espero poder não me perder,
Mas o que me apetece é fugir…
(Dei por mim desamparada,
Sei que nunca mais irá acontecer…)

Deixei-me controlar.
Sem reacção comecei a caminhar sem saber onde ir,
Pus-me ao lado dela, tudo o que fiz foi sorrir.
Conheci o seu Mundo, acabei de lá chegar…

O que era negro em mim partiu,
Olhei para a frente e o futuro
Sorriu…

Ângela Gonçalves & David Costa

04-03-2014

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