sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

A Sombra do Vento

Numa manhã sombria
Algo suou em tom de quebrar
Toda aquela melancolia
Que todas as manhãs me percorria
Enquanto eu caminhava pela folhagem fria.
Era de noite e o céu brilhava
Repleto de estrelas como a água salgada.

O som que ouvia esta manhã
Não era o habitual chilrear dos passarinhos,
Nem um animal a quebrar folhas…
Foi um som assustador!
Estagnei por uns breves momentos,
Olhei tudo o que se mexia
E imaginei tudo aquilo que não conseguia ver.
Corria em mim a adrenalina e o medo,
Os dois de mãos dadas junto ao meu suor frio.

Não conseguia nem pestanejar.
Talvez fosse um ladrão, um assassino,
Um lobo ou mesmo um tigre.
Pouco depois, como já não restava nada para ver,
Ou imaginar; larguei tudo o que trazia…
E corri!
Mais rápido que o vento e mais desajeitada do que um coxo.
Corri, apenas corri!

Só mais à frente, na sombra de uma árvore
Onde não corria o vento
E já se avistava o sol.
Aí, apenas vi,
A melhor surpresa de toda a minha vida!
Estavas lá tu, com tudo preparado.
Os pés no chão e uma toalha bordada…
Um piquenique decorado
E uma caixinha que me esperava…

Ângela Gonçalves
 

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